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sexta-feira, 31 de agosto de 2018

UMA TRAJETÓRIA LUMINOSA - João Carlos Taveira*



                                                

                            Acaba de sair, finalmente, pela Massao Ohno, o tão esperado livro de poemas de Maria Braga Horta, intitulado Caminho de Estrelas.  Trata-se de uma compilação de toda a sua produção poética em grosso volume de 254 páginas ilustradas por Ivanir Geraldo Viana, com capa da filha Glória Braga Horta, organizado e prefaciado pelo primogênito Anderson Braga Horta, também poeta e um dos mais representativos de sua geração.
Acaba de sair, finalmente, pela Massao Ohno, o tão esperado livro de poemas de Maria Braga Horta, intitulado
              O livro enfeixa desde as primeiras criações até os últimos passos da poetisa pelas sendas do Parnaso, perfazendo um longo e fértil período, que se inicia em 1931 e vai até 1978. Portanto, quase meio século de uma produção rica e variada de autêntica poesia.  Tome-se de exemplo esta pequena amostra:

                                                 





ANTIFLOR

                                      Caule esdrúxulo, gerado
                                      sem ventre.  Crisol de verdes
                                      espadas, sem punho e gume,
                                      erguidas do escuro estrume
                                      sem o orgasmo das sementes:
                                      (grande mistério o de seres
                                      vivente por recriado
                                      de fibras remanescentes!)
                                      — por que mistério ainda cirzes
                                      a terra, tão bem cerzida,
                                      com tuas finas raízes?
                                      — por quê, sem fonte de amor,                                     
                                      vives (eterna antivida!)
                                      se serás sempre antiflor?
                                      
              Maria Braga Horta, mercê das responsabilidades de professora, dona-de-casa, esposa e mãe de cinco filhos, foi uma mulher sempre atualizada e muito bem informada, nunca deixando de lado o seu diálogo com a Poesia, quer por intermédio da leitura, quer no seu mister de criação.
              Apesar de inédita em livro, angariou respeito e admiração de vários e importantes escritores, a exemplo de Carlos Drummond de Andrade que, reconhecendo-lhe os méritos artesanais, fez incluir o soneto "Legado", a ele oferecido com dedicatória, no seu livro Uma Pedra no Meio do Caminho.  Ouçamo-lo:


                                                    LEGADO     
 

                                                   A Carlos Drummond de Andrade
                                         (resposta a seu soneto do mesmo título)


                          Que lembrança melhor deixará para os seus
                          o poeta, senão os seus versos, seu tudo?
                          pois que deixa uma herança inspirada por Deus
                          e que a todos pertence em total conteúdo.

                          Nem é dado ao poeta, em seu último adeus,
                          deixar mais que o seu verso imortal e desnudo...
                          que este mundo atual não premia os orfeus
                          com palácios, brasões, nem medalhas e escudo.

                          Mas do verso que vibra e que escorre da pena
                          na infinita expressão que somente um poeta
                          poderá traduzir em linguagem terrena

                          ficarão para sempre a lembrança e o carinho
                          de quem soube polir, com primores de esteta,
                          uma pedra que havia em meio do caminho...

              Dona de uma técnica apurada (de que nos dão testemunho os inúmeros sonetos) e conhecedora atenta dos liames de seu ofício, a autora do "Apólogo Chinês", com extrema delicadeza, constrói cada peça de seu mosaico como se trabalhasse (e trabalhava) peças de porcelana.  Seus poemas soam aos nossos ouvidos com intensa musicalidade e fluem diante dos nossos olhos como arabescos de filigranas as mais sutis.  Talvez aquele encantamento peculiar a uma voz lírica próxima à de Cecília Meireles.  Senão, vejamos:

Maria Braga Horta
                                                 ASAS PARA O INFINITO

Qual um pássaro sem destino abri, para o azul sem fim, minhas asas  de  teia e filigrana.
Tão frágeis, tão imateriais, como haveriam  de resistir aos ventos, às procelas?
                          Como resistiriam, tão finas! ao frio e ao sol?
                          Eis o que aconteceu:
— fechadas, como um desejo, no pensamento, tinham a forma e as cores da perfeição...        
 — abertas à luz, transformadas em vôo, desfizeram-se em pequenos retalhos deformados, como pedaços de penas a rolar pelo chão...


              Caminho de Estrelas é um livro completo, cuja mestria autoral atinge um alto grau de sensibilidade e beleza.  Um livro pleno de poesia, testemunho silencioso de uma artista que, em sua luminosa trajetória, um dia traduziu em versos "a ambição de ser deus(a) e a dor de ser mortal!".

Brasília, 1.º de janeiro de 1997. 


*João Carlos Taveira é poeta e crítico literário, com vários livros publicados, entre os quais O Prisioneiro (1984), Na Concha das Palavras Azuis (1987), Canto Só (1989), Aceitação do Branco (1991). Tem poemas traduzidos para o russo, o romeno, o espanhol, o italiano.

domingo, 6 de maio de 2018

Soberania nacional - Daniel Barros

Gostaria muito de escrever sobre alguns pontos importantes do nosso cenário contemporâneo. Esclarecer tais pontos, sob minha ótica, entretanto sem paixão, apenas relatar fatos, como fiz nos meus relatórios policiais, onde sempre fui visceral, profundo e convicto na busca da verdade. Entretanto a verdade é muito subjetiva, quando quem a busca já definiu qual ela será. Então, na realidade não procura, mas caça argumentos que a comprovem. 
Vivemos um momento de profunda crise política, social e econômica. Última pesquisa CNI/Ibope, entre 22 a 25 de março, a forma de governar de Temer conta com a REPROVAÇÃO de 87%, o que torna a crise política profunda, afinal como estabilizar o país sem participação e apoio popular? A mesma pesquisa aponta como o período de maior aprovação os governos Lula e Dilma. Ao término do governo Lula, este contava com os mesmos 87%, mas no caso dele de APROVAÇÃO. Fruto de uma política de inclusão social e investimentos econômicos avassaladores, que buscaram o aumento da renda do assalariado, bem como a inserção de novos trabalhadores ao mercado. O desemprego caiu de 12,1% em 2002 para 6,2% em 2010, com consequente aumento do consumo, que gerou um salto no PIB de 2,7 em 2002 para + 7 em 2010. O crescimento econômico aliado às políticas sociais fez o dólar despencar de $3,94 para $1,70, bem como a inflação de 12,5% para 5,1%, no mesmo período já citado, o que levou o mercado financeiro internacional a acreditar no Brasil e o risco país cair dos inacreditáveis 2.436 pontos para apenas 174; índice histórico. Agora lhes pergunto: Estes índices são bons ou ruins para todos nós brasileiros? 

Na contramão desta política, surge o governo Temer apoiado pelo PSDB, DEM, PSC, entre outros, com uma política inversa. Mesmo sem apoio popular aprova a reforma trabalhista, alegando geração de emprego e o desemprego passa de 12,6%, segundo IBGE, em 2018. O índice de trabalhadores com carteira assinada segue em queda de 1,8% no primeiro trimestre do ano em relação a 2017. O emprego informal caiu ainda mais, 3,6%, o que comprova que a reforma trabalhista foi um duro golpe na classe trabalhadora. E não para por aí, o futuro do país com esta política é tenebroso: A extrema pobreza cresceu 11% e mais, as matrículas no ensino básico este ano caíram 7%. E novamente lhe pergunto: qual o futuro deste país? 
No governo anterior foi sancionada uma lei que garantia 75% dos royalties do petróleo do pré-sal para investimentos na educação e 25% na saúde. No governo Temer a lei foi alterada com o intuito de entregar ao capital financeiro internacional o controle de nosso petróleo. Veja trecho da reportagem publicada no jornal El País, em 16 de novembro de 2016, María Martín: “A aprovação desse marco regulatório (lei sancionada por Dilma) não agradou as petroleiras americanas, segundo foi revelado pelo vazamento de telegramas obtidos pelo site WikiLeaks em 2010. Na época, a representante de uma delas, segundo os documentos, ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB), hoje ministro de Exteriores, a promessa de que a regra seria alterada caso ele vencesse. Serra, autor da proposta original sobre a mudança, sempre negou ter feito as afirmações a ele atribuídas no telegrama.” E mais uma vez lhes pergunto: Quem são os patriotas que defendem o Brasil?
Para o capital financeiro internacional, com o apoio do empresariado nacional, liderados pela FIESP, e políticos neoliberais, o projeto de entrega das nossas riquezas precisa ser consolidado. O país não pode voltar às mãos da esquerda, muito ainda precisa ser feito por eles, como a privatização da Eletrobrás, reforma da previdência, o sucateamentos dos correios para fortalecer as empresas internacionais, como a FedEx (acrônimo  do nome original da empresa Federal Express, empresa Norte Americana). E mais uma vez lhes pergunto: como não ver que nossa soberania está ameaçada?
Como podemos perceber, existe um projeto de entrega de nossa soberania. Dois anos com o governo Temer não foram suficientes, faltam algumas privatizações, reformas, como a da previdência, e principalmente impedir a volta da esquerda ao poder. Vamos começar, e peço que continue lendo, pelo julgamento de Lula. Uma série de indícios de corrupção na Petrobras, várias prisões e nada ligado ao presidente Lula, então o juiz Moro utiliza a delação premiada para pressionar os envolvidos, não basta colaborar, a delação tem que envolver o nome de Lula. Caso contrário o delator permanece preso, quem denuncia é soltou ou tem a pena reduzida. A prisão não pode ser usada para fazer com que o preso confesse algum crime ou dizer o que o seu confessor quer, não existe esta previsão na lei brasileira, acontecendo isto seria, sem dúvida, uma espécie de tortura, como disse um dos ministros do STF. Mas enfim, surgem delações envolvendo o nome de Lula, tornando possível sua condenação. Entretanto, meu caro, você perguntaria: não são necessárias confirmações das delações? Sim, mas é aí que entra a parcialidade do magistrado, que nega o pedido da defesa para que, por exemplo, o suposto contrato de compra do triplex fosse periciado, pela própria Polícia Federal, pois sendo feita a perícia, a “prova” da acusação transformar-se-ia em prova da defesa e não da acusação. Por que um juiz nega que uma perícia seja realizada pela “sua” própria polícia judiciária? Outro fato “delatado” foi a reforma do triplex. Vários pedidos da defesa para que fossem feitas vistorias foram negadas pelo juiz Moro. Por quê? Como pudemos ver recentemente a reforma nunca existiu, por isto as vistorias foram negadas, pois se feitas virariam provas usadas na defesa do réu. À época foi dito, por testemunhas: o zelador do triplex e o engenheiro responsável pela reforma, afirmaram categoricamente que, inclusive, havia um elevador privativo para o triplex. Hoje sabemos que nenhuma reforma foi feita e muito menos elevador privativo. E tudo vai ficar por isso mesmo? Prestar falso testemunho é crime, onde estão o zelador e o engenheiro? Para responder por isto. O juiz, nem vou perder meu tempo querendo punição, pois na pior das hipóteses, para ele, seria uma aposentadoria INTEGRAL, ou seja, punição alguma.
O caro leitor poderia me perguntar: mas o TRF-4? Eles confirmaram a sentença do juiz e até aumentaram a pena. Você sabia que existem 257 processos na frente do processo do presidente Lula no TRF-4? Por que passar o do Lula na frente de todos? Como estes mesmo desembargadores têm imparcialidade para julgar esse réu? Esta pergunta vou deixar para você, caro leitor, responder. Responderei a outra: as últimas quatro eleições presidenciais foram vencidas pelo presidente Lula, duas com ele candidato e duas com a presidente Dilma, uma desconhecida e nada popular candidata, mas mesmo assim Lula conseguiu convencer o povo a votar nela. Então, era necessário não só adiantar o processo como condená-lo e tirá-lo da disputa em 2018, e para isto a condenação em 2ª estância era necessária, mesmo sem as perícias solicitadas pela defesa demonstrando um claro cerceamento da mesma. Entretanto, de repente eles lembraram: mesmo não sendo candidato, Lula poderia eleger quem indicasse, é necessário colocá-lo atrás das grades, de onde não poderá fazer campanha. A prisão foi decretada em tempo recorde passando por cima das leis, antes dos embargos serem exauridos, mas você pode dizer: os embargos são protelatórios; podem ser, mas sempre foram considerados, porque no caso do Lula foi diferente? Como disse o ministro Marco Aurélio Melo, vivemos num Estado de exceção regido pela “constituição do Paraná”. 
Concluo, caro leitor, dizendo que não sou ingênuo ao ponto de acreditar que não houve irregularidades e corrupção naquele período, houve e os culpados devem ser investigados e julgados sob a espada da justiça, que corta de vendas nos olhos, julgando todos como iguais e não criando regras diferentes para cada réu. Estou na polícia há 20 anos, não prendi todos que gostaria de ter prendido, mas me orgulho de nunca ter plantado ou forjado provas para prender nenhum criminoso, muito menos algum desafeto meu. Acredito que a honestidade e a valentia, são pressupostos básicos na minha profissão e, sobretudo, na minha vida. 
Daniel Barros - escritor

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Os dois lados de uma traição - Dirceu Emiliano e Priscila Glassner

A falta de amor e respeito ao outro acaba reduzindo tudo a estruturas, a esquemas que transformam os homens em joguetes de uma evolução quase que geneticamente determinada. Existe, sim, razão no sofrimento – certas dores simplesmente não têm cura.

A vida nos machuca a todos causando feridas que mesmo depois de cicatrizadas voltam a sangrar, isso é fato. E existem feridas que tem raízes tão profundas, que fazem com que a dor se torne insuportável ou intransponível. E toda essa dor nos prende em um casulo de magoas e desconfiança, numa tentativa inglória de nos proteger de mais dores.  A verdade é que quando se trai a desconfiança vem de brinde. E o problema não é o que você sabe, mas o que não quer saber, por que tem medo de descobrir. A situação fica clara e transparente quando se olha de outra perspectiva e percebe que o seu perdão se tornou imoral e seletivo ao perdoar a pessoa e viver sobrecarregado com desconfianças fúteis. Uma das capacidades mais inteligentes do ser humano é ter feito algo e reconhecer que não deveria ter feito. O ser humano que faz uma coisa e reconhece que não deveria ter feito, isso se chama arrependimento. Porém, a pessoa que faz uma coisa e não se arrepende tem um termo na medicina. Psicopatia. Psicopata é aquele que não tem noção de moralidade, que acha que pode fazer absolutamente tudo, que não deve nada a ninguém e que nunca será responsabilizado pelos seus atos. O amor nos permite discernir que a maior dor e o máximo prazer têm expressão inteiramente igual. Então, olhe para trás e se despeça das dores passadas, dos momentos não vividos e dos sonhos frustrados. Esqueça tudo o que foi, tudo o que já não é, mas, sobretudo, a dor que já não dói. Todo mundo já foi traído pelo menos uma vez na vida e a dor não é uma opção. Ela é parte integrante do conjunto de mágoas, e só quando nos permitimos perdoar de verdade é que toda dor se dissipará junto ao vento, o mesmo vento que trará à liberdade de um recomeço. E não enlouqueça exigindo fidelidade. Algumas pessoas simplesmente não conhecem o significado dessa palavra e por mais que eu procure ser compreensivo, vejo com espanto como as paixões mais infantis se apresentam camufladas sob a capa da traição. Então, livre-se dos pensamentos ruins, das escolhas erradas, das feridas que não fecham e que nossa tristeza seja breve e libertadora. Pois, o amor verdadeiro, por sua raridade, adquire maior valor. Mas só proporciona prazer em pequenas doses.
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Dirceu Emiliano

quarta-feira, 18 de abril de 2018

https://www.facebook.com/events/704418696349264/
O evento Brasília que Escrevo volta seus olhos para os escritores protagonistas de uma cena literária brasiliense em expansão. É uma iniciativa dos blogs Academia Literária DF, Leitora Sempre e Ponto para ler em parceria com o Sesc DF que objetiva dar voz e ser uma vitrine para aqueles(as) brasilienses – naturais ou de coração – que escrevem sobre ou ambientam suas histórias na Capital Federal.

Em um bate-papo descontraído, quatro escritores(as) convidados(as), sob a mediação de um colega de profissão, apresentarão suas próprias obras e debaterão a produção literária local, seguido de uma oportuna sessão de autógrafos para estreitar ainda mais os laços entre escritores e leitores.

Sendo aberto ao público, trata-se de uma oportunidade ímpar de conhecer ou rever os talentos da capital, e promover a troca de ideias sobre a Literatura Nacional como um todo e sobre a produção local especificamente, mostrando que a história de nossa Literatura não se encontra apenas no passado, mas que segue viva, crescendo e se reinventando em cada canto desse nosso país.

Logo daremos todas as informações sobre o evento. 
Aguardem!

terça-feira, 13 de março de 2018

Momentos - Júlio José Teixeira - Resenha Daniel Barros

Momentos - um romance vivido e escrito por um adolescente nos  anos 80


Júlio José Teixeira inicia sua carreira literária com um belo romance juvenil, mas que atingirá de cheio nos vivemos no momento descrito na obra. Em uma narrativa original, habitada nos anos 80, cada capítulo começa com descrições dos costumes da época (Momentos anos 80), para em seguida, citar um K7 com trechos de músicas como: Volta pra mim (Roupa Nova, 1987); Amor perfeito, (Rosana, 1987); Ciúme (Ultraje a Rigor, 1985); Um Dia de Domingo (Gal Costa & Tim Maia), entre outras.  Júlio nos remete a uma viagem no tempo, fazendo-nos redescobrir memórias guardadas. 

Um dia escrevi: Escrever bonito não é só... tem que tocar o leitor, comovê-lo, excitá-lo...fazê-lo parar para suspirar.  Teixeira atende de forma sublime a essa expectativa, não deixando ao leitor a possibilidade de não se emocionar e comover com sua narrativa. 
Em Momentos, Júlio conta a estória de Aline e Roberto, personagens que poderiam ser qualquer um de nós que vivemos a adolescência na década de 80, não há como não nos identificarmos com eles. Toda paixão juvenil, a descoberta da primeira pessoa a mexer com nosso coração, os olhares, as incertezas sobre ser correspondido, o entrelaçar das mãos, o primeiro beijo... surge então as inseguranças masculinas, “Apesar de tudo, havia uma coisa que eu no início, não entendia direito: dificilmente ela falava alguma coisa que me tocasse mais forte...”. Após a insegurança, a inconsequência e o erro... a reparação deste erro, torna-se tão maior que o próprio... enfim, um romance que além dos nos remeter aos anos dourados de nossas vidas, faz da obra um diário de todos nós.






Daniel Barros - escritor