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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Cartas Fraternas - ensaios sobre a amizade - Prof. Filemon Félix de Moraes

Cartas Fraternas



Muitos escritores buscam na ficção uma forma de dizer verdades. Alguns criam amigos imaginários, com quem travam belíssimos diálogos, como muito bem fazia o saudoso Nilton Maciel. Diálogos fictícios que discutem os problemas cotidianos: política, arte, educação, enfim, desse mar de imaginação surgem contos, crônicas e até mesmo novelas para que nos deleitemos.
Professor Filemon Félix de Moraes
Em Cartas Fraternas, Filemon Félix de Moraes nos brinda com magníficas crônicas, escritas em forma de cartas que, como toda boa literatura, nos deixam em dúvida se são verdadeiras ou fruto da imaginação criativa do autor de Meias Verdades. O que me faz lembrar o velho Hemingway: “Todos os bons livros se parecem: são mais reais do que se tivessem acontecido de verdade”. A diversidade de temas é fascinante — sob o ponto de vista subjetivo e pessoal — vão desde admiração, paixão, saudade, comportamento, mudanças, trabalho e até mesmo política, como em Ensaio sobre a eleição, onde Filemon expõe toda sua sensibilidade humana, não esquecendo sua origem humilde e que, mesmo tendo prosperado financeira e profissionalmente, não se tornou um capitão-do-mato, pois reconhece as dificuldades pela qual passa boa parte do povo e se mostra sensível a tais problemas, reconhecendo quem algo fez por essa parcela esquecida por nossos governantes, desde a época da colonização. 
Por esses e outros fatores, não tenha dúvida que Cartas Fraternas terá lugar de destaque em nossa estante ou em nossa cabeceira, ao alcance da mão, para que a qualquer momento possamos aprazer-nos com crônicas tão bem construídas.  
Daniel Barros — escritor
Brasília, 5 de fevereiro de 2019

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Frente a Frente com Rubem Fonseca - Manoel Neto

Com um vocabulário rico e elegante, Manoel Neto narra as amarguras de um velho
agente de polícia esquecido pelos neófitos de sua corporação, que o consideravam
ultrapassado. Mas o furto de uma grande obra literária, quatro manuscritos do consagrado
escritor Rubem Fonseca, lança um desafio a estes calouros policiais que desdenhavam do
velho investigador. Quem vencerá?

A linguagem rebuscada e ao mesmo tempo clara, associada ao humor
característico do autor, traz-nos uma trama policial bem feita e divertida, com detalhes e
mistérios a serem desvendados pelo leitor. Essas características unem os dois autores, o
homenageado Rubem Fonseca e Manoel Neto, pois ambos iniciaram suas carreiras como policiais na
Capital da República, o primeiro no Rio e o segundo em Brasília. Sem dúvida, as experiências
de ambos se traduzem em narrativas rápidas e certeiras, sem espaço para erros técnicos na
investigação tão comuns na literatura policial.
Manoel Neto

Frente a frente com Rubem Fonseca transporta o leitor para dentro da trama, e
leva-o a perguntar, se é real ou é ficção? Observe as pistas, caro leitor, e descubra se você é
capaz de solucionar este caso. O mistério é todo seu.


Daniel Barros
Escritor

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Clarice, A Última Araújo - Romance de Paulo Souza – Para quebrar regras.

Clarice, A Última Araújo - Romance de Paulo Souza – Para quebrar regras.

https://www.editorapenalux.com.br/autor/MzM3/Paulo_Souza


Costuma circular no meio literário que o crítico é sempre um escritor frustrado. Entretanto Paulo Souza, blogueiro, contista e crítico literário, surge para quebrar essa regra. Em seu romance de estreia, Clarice, o autor nos remete a um mundo místico de querubins e anjos. O que poderia ser apenas mais um livro de fantasias e crendices, não é, não, meu caro! A estória é engendrada entre o encanto de um querubim por uma linda mortal, e isso marca o enredo da trama, que apresenta temas importantes e verdadeiros como: prostituição infantil, corrupção, hipocrisia, amor e política. 
Paulo Souza
O sonho de conhecer a chuva faz a pequena e formosa menina Clarice ser ludibriada pela experiente cafetina, Joana Critério, que a leva para morar na capital cearense. A ilusão prometida de uma vida melhor é argumento comum, usado por aliciadores de menores para iniciar meninas no submundo da prostituição infantil. A menina sonhadora fugia da praga da seca provocada, segundo se dizia, por uma de suas antepassadas que, ao se deitar com um querubim, trouxe a maldição para sua cidade natal, Novo Oriente, que, desde o acontecido, nunca mais recebera uma só gota de água dos céus.  Além da maldição da seca, outro fenômeno ocorrera nos Araújo, família de Clarice: só nasceram mulheres, que de tão lindas encantavam e enlouqueciam todos os homens que com elas se deitavam. Então para todos da cidade, graças às fofocas da viúva Das Dores, os Araújo eram os verdadeiros culpados pela seca.
Paulo Souza soube, com mestria, dar ritmo e fluidez às palavras, que, quando lidas, surgem como música aos nossos ouvidos. Uma leitura agradável e envolvente nos faz entrar no mundo mágico e dolorido de Clarice. 
Não há duvidas! Paulo Souza, com seu romance Clarice, fará parte do time dos melhores romancistas dessa nova geração de autores nacionais.  

Daniel Barros
Escritor