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domingo, 13 de setembro de 2020

Canto Escuro por Isaac Soares de Souza


 Canto Escuro, livro de Daniel Barros indicado ao Prêmio Internacional Latino Book Awards/Award Winning Author, embora eu não tenha conhecimento dos nomes e nem dos títulos de outros livros e autores indicados ao prêmio, certamente, se eu compusesse o júri julgador, outorgaria nota 10 e indicaria como laureado, este Canto Escuro.

A história de Paulo Henrique, entremeada de surpresas e de coisas tão banais e do cotidiano de qualquer pessoa, romanceada de forma tão intrínseca, que os leitores têm, assim que inicia a leitura deste romance, a inevitável ligação direta com o personagem. O livro é capaz de prender o leitor desde a primeira página até o final do romance. Li de uma tacada e me impressionei com os rumos que o personagem trafega desde o princípio da história, que poderia ser a mesma vivida por qualquer um de nós. Trama, aventura e a verdade sobre os caminhos podres da corrupção e do desvio do dinheiro público, que o personagem, imbuído de honradez pessoal e profissional, recusa-se a aceitar e a fazer parte do enredo nefando, decide, sorrateiramente, denunciar e arcar com as consequências. 
Ilustração do livro: Andréia Passoa 

Quem não se adéqua às intempéries que uma denúncia pode trazer, permanecerá sem fôlego e com o coração batendo disparado durante a leitura deste excelente livro, enganchado e sem poder desvencilhar-se da leitura das 242 páginas de aventuras e suspense que envolvem os personagens. A vida é mesmo um Canto Escuro, qualquer um de nós, ao passar por um trajeto durante nossa vida, que é entremeada de Cantos Escuros, poderá, inadvertidamente, pisar em um prego enferrujado ou num tolete de merda, molhar os pés na aguaceira de algum esgoto a escorrer e mesmo pisar levemente e acabar tateando desgostos ou alegrias durante o nosso percurso pelos Cantos Escuros do cotidiano. História policial eivada de erotismo e humor negro e que culmina adentrando ao portal do casamento do personagem com uma mulher que ele amava até as últimas consequências, o que o levou a um atávico caminho, fazendo com que ele fosse controlado pelo ciúme doentio da esposa e passasse até mesmo a anular sua vida por ela. Fato que ocorre cotidianamente com qualquer homem, mas que não o impede de acabar com tudo de um dia para o outro, quando percebe que sua liberdade está por um fio e a sabedoria de que precisa desvencilhar-se logo desses laços que o levarão à loucura e ao fatal desespero, às vezes transformando-o num feroz criminoso. Canto Escuro é uma obra que levará o leitor a descobrir facetas próprias e engavetadas na alma, tão comuns aos cidadãos normais e que permanecem, por receio de parecer animalesco ou louco, segredadas no âmago e nas aparências. Ficção policial com enredo que flui de maneira livre e que determina em que Canto Escuro podemos tatear sem o risco de ser surpreendido por um escorpião, mas que, ao saber conduzir os passos por Cantos Escuros, aprendamos a trafegar sem tropeçar no Canto Escuro que é a vida.
 

Isaac Soares de Souza
Escritor










https://www.editorapenalux.com.br/loja/canto-escuro


quinta-feira, 4 de junho de 2020

CANTO ESCURO, livro de Daniel Barros que clama por luz em tempo de obscurantismo - Por Ivan Marinho


AST Misto Quente - Daniel Barros
 CANTO ESCURO, como denuncia o título, se quer menos tangível que ações e resultados de “corrupção e prostituição na capital da república”, como dizem os blogs literários, ou simplesmente uma “trama policial sobre corrupção”, como apostou o Correio Brasiliense. Daniel Barros dialoga com a história em sua própria narrativa, transmitido para ele, de forma quase visceral - o que nos faz lembrar Bukowski – o drama da condição humana, a perplexidade frente a realidade, a busca de uma natureza que não está no passado, e... como se não o coubesse impor um ponto final a uma ficção, mantem-se fiel a esta realidade eternamente processo, eternamente construção, eternamente indesvendável. 

O romance Canto Escuro tem em sua personagem central, o funcionário público Paulo Henrique, o eixo mediador do mundo real e do mundo ideal. Valendo-se de um percurso narrativo não linear, onde joga com o tempo antecipando, na primeira parte, uma espécie de “sursis” existencial, expressando a indefinição de condições em que se vê sem saída, no trabalho, diante da descoberta de fraudes em licitações e, em casa, perante uma relação neurótica, nascida da busca romântica de estabilidade e sentido para a própria vida. Esta busca do eterno se justifica na segunda parte do livro, quando Daniel regressa à juventude hedônica de Paulo Henrique junto a amigos, dentre os quais dois policiais. Naqueles momentos, revela-se um traço comum de outras personagens do escritor alagoano, o erotismo e o alcoolismo boêmio que, naquelas circunstâncias, acrescidas pela perda de tempo e de oportunidades, deslocam o protagonista do plano etéreo da la petite mort para o da expectativa de algo que se prometesse duradouro, sólido. O drama da vida familiar é compensado por sua retidão profissional, que vislumbra o bem comum e pelo afeto social extrafamiliar que lhe é favorável, assim o livro se constrói com a construção de outras personagem que reafirma a intenção do autor em suscitar a existência da ética dentro do caos e culmina com duas soluções que apontam, do ponto de vista da satisfação do leitor, para a realização de Paulo Henrique, o desvendamento da corrupção que havia denunciado e o acidente da mulher que, em passagem sutil do enredo, deixa a sombra de uma possível traição, não elucidada propositalmente por Daniel Barros, escritor apaixonado pelas tramas machadianas.
Canto Escuro, como toda literatura deste autor, combina facetas que transitam entre o real e a fantasia, mas com um foco claro na defesa do compromisso ético com o bem social, na relação com o trabalho e com os parceiros, revelando alter egos como o do Ximenes, um policial honesto e competente que, para nós mais próximos ao escritor, reflete a própria existência de Daniel Barros em sua trajetória profissional como policial, filho e irmão de policiais que foram e são exemplos irretocáveis de compromisso com a justiça. 


Ivan Marinho
é escritor e professor especialista em Economia da Cultura.





segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Canto Escuro por Roberto Martins

Meu caro amigo, hoje pela manhã peguei teu livro para ler. De um fôlego só fiz isso, parando apenas pra almoçar. Foi o melhor dos quatro, ao meu ver. Teu amadurecimento como escritor torna-se claro nesse livro. Todos temos o nosso canto escuro para um refúgio seguro, e só nosso... Parabéns meu caro amigo!
Roberto Martins - cronista 

domingo, 5 de janeiro de 2020

Canto Escuro por Magda Ruzene

SOBRE O LIVRO Canto Escuro:
https://www.editorapenalux.com.br/loja/canto-escuro
Acabei de ler!! Simplesmente amei!! Não conseguia parar e qdo acabei queria mais....rsrs.. Sabe quando você continua folheando querendo juntar os pedaços, entender mais os detalhes... Adorei o detalhamento, as descrições e a investigação policial... me senti em casa quando falava da perícia , da Scpe, das escutas, vivenciadas no tempo da DTE (Delegacia de Toxico e Entorpecente).. senti uma nostalgia gostosa...
Um desfecho maravilhoso.. Queria que Paulo Henrique conseguisse verdadeiramente se preencher... Esse vazio
me dava dó... A fuga na sexualidade desregrada, busca do prazer pelo prazer, bebidas, farras... E mesmo dando a entender um futuro romance com Tatiana... Acho que ainda continuará no seu canto escuro....
Talvez uma busca interior de autoconhecimento. A necessidade de uma intimidade com o criador.... Perceber e se encantar que existe um Alguém nos guiando, protegendo e cuidando em todos os acontecimentos da vida..
Enfim, Daniel estou muito feliz com sua obra.!! Parabéns!!
Magda Ruzene - Policial civil DF