Atrasildo
Rô Mierling*
O meu relógio marca nove horas, nove e
quinze, nove e meia e nada!
Eu ligo e digo:
— Onde você está?
E ele diz que já está saindo de casa. Ele
mora a uns 10 minutos da minha casa.
Dá nove e quarenta e nada, nove e
cinquenta e nada.
Sei que ele vai vir, mas só Deus sabe que
horas ele vai chegar. Ele sempre vem, mas nunca na hora em que ele diz que vai
chegar.
Quem nunca passou por essa cena? Acho que todos que já tiveram que esperar
por alguém em algum dia.
Eu te pergunto então:
— Porque não temos nós o costume gentil,
educado e respeitoso de chegar na hora em que dizemos que vamos chegar?
Simples: porque nem todos nós temos
palavra. É uma simples questão de ter ou não palavra, salvo pessoas como
médicos, padres e pastores e outros que estão submissos a eventualidades
inadiáveis, 90% de nós não sabem que chegar atrasado é desrespeitar a palavra
dada. Uma questão de ter ou não compromisso com quem está te esperando.
Imaginem a cena: seu horário de
entrevista naquela empresa que você tanto sonha em trabalhar é as 17:00. Você
chega as 17:40? Não, nunca. Você
tem uma conta para pagar e o banco fecha as 16:00. Você chega as 16:30? Nunca.
Por quê? Porque você sabe que não terá um minuto
de tolerância, é na hora certo e pronto. Porque então eu ou você somos menos
importantes e devemos tolerar atrasos sem explicações ou considerações por
parte de nossos amigos e convidados em noites como essa do meu jantar?
É costume a noiva se atrasar – diz o
ditado.
Eu digo: que costume mais sem
consideração deixar convidados esperando sem ter a certeza de quando ou até,
nos dias de hoje, se a noiva vai chegar.
Voltando ao meu jantar e meu amigo
atrasildo. Eu esperando o tal amigo para jantar as nove, faltando 10 minutos
para o horário marcado, verifico o forno, está pronto o prato que demorei horas
para fazer. Desligo o forno e espero. Ele só chega dez e quinze da noite. Uma
hora e quinze minutos de atraso e chega sorrindo sem desculpas.
E quando vou pegar o tal prato no forno
percebo que está frio, murcho e ressecado e sou obrigada a sugerir pizza. Nesse
tão simples ocorrido destaca-se a importância indireta de ser pontual mesmo em
compromissos informais.
Sabe aqueles compromissos com seus amigos
que você sempre marca? Que tal chegar
na hora da próxima vez?
“Pontualidade é a arte de não
desperdiçar o tempo alheio.”
Autor desconhecido
*Editora e escritora
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