Todos os bons livros se parecem: são mais reais
do que se tivessem acontecido de verdade.
Ernest HemingwayFoto: Daniel Barros |
Entretanto, essa experiência, levou
Paulo a escrever esta bela estória. Que me deixou impressionado com a qualidade
de sua obra. Paulo escreve com um profundo conhecimento dos temas abordados,
sem se tornar piegas no exagero. Além de nos presentear com um vocabulário rico
e prazerosa, característica que falta nos pseudoescritores que abundam no
modismo dos romances “ROT” ou
místicos da atualidade, pura literatura barata e comercial. Não, Paulo Tadeu
Poli escreve com esmero e arte de um genuíno escritor.
Confesso-lhes que me surpreendi, já
nas primeiras páginas, com o assassinato do avarento advogado doutor Ortellado,
e temi que o autor não pudesse nos prender a atenção até o final. Lembrei-me,
evidentemente, do clássico: CRÔNICAS DE UMA MORTE ANUNCIADA, do
mestre Gabriel Garcia Marques. Onde o enredo principia pelo final, e, portanto,
requer do escritor uma fabulosa habilidade em manter o ledor ainda interessado
no desfecho final, ou melhor, inicial.
Paulo Tadeu Poli - Escritor |
Poli narra, na primeira pessoa, as memórias do
velho Luigi, piloto da Regia Aeronáutica Italiana, nos tempos de Mussolini.
Luigi compõe um esquadrão de caças incumbidos de bombardear a Espanha, em plena
guerra civil, em auxílio ao fascista Francisco Franco. A mando de Hitler, Göring aproveita os
bombardeios para provar a eficiências de seus aviões, assassinando milhares de
espanhóis. Sim caro leitor, Luigi deu sua contribuição para que Pablo Picasso
criasse sua obra prima: Guernica. É nesta viagem que nos leva o autor, desde a Espanha
massacrada, a Europa à beira da Segunda Grande Guerra Mundial, passando por São
Paulo, depois que o nosso anti-herói foge com espólios roubados e assassinato
cometido, até navegar pelas águas claras do rio Tapajós e sobrevoar a imensidão
dos céus do Brasil.
Digo-lhe; poderá o leitor médio, se
perder no emaranhado da trama, se não se agarrar ao fio de Ariadne tecido pelo
autor, se perderá nesse dédalo criado com mestria por Paulo Tadeu Poli.
Daniel Barros
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