“Se você se aborrece escrevendo,
o leitor se aborrece lendo”
Gabriel
García Márquez
“Se você se aborrece escrevendo,
o leitor se aborrece lendo”
Gabriel
García Márquez
Ao
escrever Menino de Deus, Lindoberto Ribeiro o fez com deleite.
Capítulos curtos e enxutos nos proporcionam grande prazer a cada página, além
de nos levar ao clássico do gênero. Encontramos no arcabouço narrativo de Menino
de Deus a presença do crime, da investigação e do malfeito,
que são a base do gênero policial, sem perder o foco na elucidação do crime,
tornando o delito algo não compensatório. Isto é o que define o clássico
do gênero policial.
S. S. Van
Dine nos propõe 20 regras para se escrever um bom romance policial. Ribeiro nos
brinda, em seu romance, com algumas delas:
O leitor deve ter oportunidade igual, comparada à do detetive, de solucionar o mistério. As pistas devem ser claramente descritas e enunciadas; nenhum truque ou tapeação proposital deve ser utilizado pelo autor, senão os que tenham sido legitimamente empregados pelo criminoso, contra o detetive; o culpado deve ser encontrado mediante deduções lógicas e não por acidente, coincidência ou confissões, à qual não tenha sido levado forçosamente.
Entretanto, Ribeiro
diverge de algumas, como a que diz: “É preciso que haja apenas um
detetive”, regra de que também discordo, pois Nestor Garcia e
Branco Júnior, tais quais Watson e Holmes, Hastings e Poirot, entre
outros, se completam e dão maior dinamismo à trama. Em Menino de Deus,
Nestor e Branco, os detetives particulares, contam com uma equipe de auxiliares
especialistas e ainda com uma rede de informantes e colaboradores dentro dos
órgãos de segurança estatal.
Em Menino
de Deus, a agência de Nestor e Branco, situada na cidade do Rio de Janeiro,
é contratada por um milionário americano para descobrir o paradeiro de seu
filho James e sua ex-esposa Ketlen que, após se converter a uma
seita religiosa, se divorcia de Mr. Jhonson, o milionário, e passa a
morar com o filho em uma das colônias da seita, ainda nos Estados
Unidos. Entretanto, depois de desigual luta nos tribunais norte-americanos,
Ketlen perde a guarda do filho para Mr. Jhonson e foge de forma
misteriosa para o Brasil, via Uruguai. Após aceitarem o caso, Nestor e Branco
passam a se sentir pressionados, pois pulam dos casos corriqueiros de
traições extra-conjungais para um de dimensões internacionais. Para
aumentar o drama, logo depois de assumirem o trabalho, passam a ser seguidos
por um Opala Comodoro de cor preta, fato que deixa os detetives
apreensivos.
A trama
narrada assume proporções nunca imaginadas pelos detetives, com o
envolvimento da Polícia Estadual carioca, Polícia Federal, FBI e até mesmo a
CIA, e faz com que os detetives Nestor e Branco, e seus auxiliares, usem
de todos os escassos recursos, aliados a perspicácia original do brasileiro,
para solucionar o mistério do Menino de Deus.
Uma
novela policial, que, com certeza, não aborrecerá o leitor.
Boa
leitura.
Daniel
Barros
https://www.facebook.com/dh.barros
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