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domingo, 29 de janeiro de 2017

Atrasildo Rô Mierling

Atrasildo

Rô Mierling*

Rô Mierling
Chego ai as nove em ponto! — afirma meu convidado para o jantar.
O meu relógio marca nove horas, nove e quinze, nove e meia e nada!
Eu ligo e digo:
— Onde você está?
E ele diz que já está saindo de casa. Ele mora a uns 10 minutos da minha casa.
Dá nove e quarenta e nada, nove e cinquenta e nada.
 Sei que ele vai vir, mas só Deus sabe que horas ele vai chegar. Ele sempre vem, mas nunca na hora em que ele diz que vai chegar.
Quem nunca passou por essa cena? Acho que todos que já tiveram que esperar por alguém em algum dia.
Eu te pergunto então:
— Porque não temos nós o costume gentil, educado e respeitoso de chegar na hora em que dizemos que vamos chegar?
Simples: porque nem todos nós temos palavra. É uma simples questão de ter ou não palavra, salvo pessoas como médicos, padres e pastores e outros que estão submissos a eventualidades inadiáveis, 90% de nós não sabem que chegar atrasado é desrespeitar a palavra dada. Uma questão de ter ou não compromisso com quem está te esperando.
Imaginem a cena: seu horário de entrevista naquela empresa que você tanto sonha em trabalhar é as 17:00. Você chega as 17:40? Não, nunca. Você tem uma conta para pagar e o banco fecha as 16:00. Você chega as 16:30?  Nunca.
Por quê? Porque você sabe que não terá um minuto de tolerância, é na hora certo e pronto. Porque então eu ou você somos menos importantes e devemos tolerar atrasos sem explicações ou considerações por parte de nossos amigos e convidados em noites como essa do meu jantar?
É costume a noiva se atrasar – diz o ditado.
Eu digo: que costume mais sem consideração deixar convidados esperando sem ter a certeza de quando ou até, nos dias de hoje, se a noiva vai chegar.
Voltando ao meu jantar e meu amigo atrasildo. Eu esperando o tal amigo para jantar as nove, faltando 10 minutos para o horário marcado, verifico o forno, está pronto o prato que demorei horas para fazer. Desligo o forno e espero. Ele só chega dez e quinze da noite. Uma hora e quinze minutos de atraso e chega sorrindo sem desculpas.
E quando vou pegar o tal prato no forno percebo que está frio, murcho e ressecado e sou obrigada a sugerir pizza. Nesse tão simples ocorrido destaca-se a importância indireta de ser pontual mesmo em compromissos informais.

Sabe aqueles compromissos com seus amigos que você sempre marca? Que tal chegar na hora da próxima vez
“Pontualidade é a arte de não desperdiçar o tempo alheio.”

Autor desconhecido


*Editora e escritora

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