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sexta-feira, 10 de março de 2017

Convite Lançamento: Menino de Deus. Terça, 14 de março às 19h - 22h

“Se você se aborrece escrevendo, o leitor se aborrece lendo”
Gabriel García Márquez


Ao escrever Menino de Deus, Lindoberto Ribeiro o fez com deleite. Capítulos curtos e enxutos nos proporcionam grande prazer a cada página, além de nos levar ao clássico do gênero. Encontramos no arcabouço narrativo de Menino de Deus a presença do crime, da investigação e do malfeito, que são a base do gênero policial, sem perder o foco na elucidação do crime, tornando o delito algo não compensatório.  Isto é o que define o clássico do gênero policial.

S. S. Van Dine
S. S. Van Dine nos propõe 20 regras para se escrever um bom romance policial. Ribeiro nos brinda, em seu romance, com algumas delas:

O leitor deve ter oportunidade igual, comparada à do detetive, de solucionar o mistério. As pistas devem ser claramente descritas e enunciadas; nenhum truque ou tapeação proposital deve ser utilizado pelo autor, senão os que tenham sido legitimamente empregados pelo criminoso, contra o detetive; o culpado deve ser encontrado mediante deduções lógicas e não por acidente, coincidência ou confissões, à qual não tenha sido levado forçosamente.


Entretanto, Ribeiro diverge de algumas, como a que diz: “É preciso que haja apenas um detetive”, regra de que também discordo, pois Nestor Garcia e Branco Júnior, tais quais Watson e Holmes, Hastings e Poirot, entre outros, se completam e dão maior dinamismo à trama. Em Menino de Deus, Nestor e Branco, os detetives particulares, contam com uma equipe de auxiliares especialistas e ainda com uma rede de informantes e colaboradores dentro dos órgãos de segurança estatal.

Em Menino de Deus, a agência de Nestor e Branco, situada na cidade do Rio de Janeiro, é contratada por um milionário americano para descobrir o paradeiro de seu filho James e sua ex-esposa Ketlen que, após se converter a uma seita religiosa, se divorcia de Mr. Jhonson, o milionário, e passa a morar com o filho em uma das colônias da seita, ainda nos Estados Unidos. Entretanto, depois de desigual luta nos tribunais norte-americanos, Ketlen perde a guarda do filho para Mr. Jhonson e foge de forma misteriosa para o Brasil, via Uruguai. Após aceitarem o caso, Nestor e Branco passam a se sentir pressionados, pois pulam dos casos corriqueiros de traições extraconjugais para um de dimensões internacionais. Para aumentar o drama, logo depois de assumirem o trabalho, passam a ser seguidos por um Opala Comodoro de cor preta, fato que deixa os detetives apreensivos.

A trama narrada assume proporções nunca imaginadas pelos detetives, com o envolvimento da Polícia Estadual carioca, Polícia Federal, FBI e até mesmo a CIA, e faz com que os detetives Nestor e Branco, e seus auxiliares, usem de todos os escassos recursos, aliados a perspicácia original do brasileiro, para solucionar o mistério do Menino de Deus.

Uma novela policial, que, com certeza, não aborrecerá o leitor.
Boa leitura.


Daniel Barros
Escritor pós-graduado em segurança pública.




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